terça-feira, 31 de agosto de 2010

TV-PR: FAGUNDES DIZ QUE MATO GROSSO SAIU NA FRENTE PARA A COPA DE 2014

Preocupado com o andamento das obras para a Copa do Mundo de 2014 o deputado Wellington Fagundes (PR - MT) discursou nas comissões e no plenário a favor do cumprimento dos prazos e exigências estipulados pela FIFA para o Brasil sediar o mundial.

No plenário, Fagundes falou que "Mato Grosso está saindo na frente, a licitação para o estádio (José Fragelli) já foi feita, o projeto já está pronto e dentro de poucos dias as obras vão começar. È uma das obras com maior desconto na licitação". Apesar das obras estarem adiantadas, o deputado faz uma ressalva e cobra do governo federal mais ações na liberação dos recursos.

Em discurso na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, Fagundes sugeriu que os recursos do PAC sejam utilizados na reforma e construção de estádios e aeroportos em Mato
Grosso, pois segundo ele a copa é uma prioridade, além de ser uma oportunidade para melhorar a infra-estrutura do interior matogrossense.

O republicano criticou a situação do aeroporto de Várzea Grande e sugeriu que o aeroporto alternativo de segurança, uma exigência da FIFA, seja na cidade de Rondonópolis que fica a uma distância de 230 km de Cuiabá.



http://www.partidodarepublica.org.br/PR22/Noticias_Republicanas_2010/noticias_2010_0483.html

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Todos contra intervenção


O setor produtivo do Distrito Federal vai entregar aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) manifesto contra a intervenção federal na capital do país. A decisão foi tomada em uma reunião realizada na manhã da sexta-feira (26), que teve o objetivo de debater e deliberar uma posição conjunta sobre o pedido de intervenção da Procuradoria-Geral da República (PGR), devido às denúncias de corrupção dentro do governo local, que está tramitando no Supremo.

A opinião dos mais de 40 representantes presentes foi unânime: intervenção não é a solução. Eles temem que a ação afete o setor produtivo. A reunião ocorreu no Salão Azul do Hotel Nacional – palco de ações decisivas e históricas. “Em Brasília estamos em um fogo cruzado e o setor produtivo que representa a maior parte do Produto Interno Bruto (PIB) do DF precisa tomar uma posição”, pede o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária (Fape-DF), Renato Simplício.

Para o senador e presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomercio-DF), Adelmir Santana, há outro meio de a crise ser resolvida. “Desde o primeiro momento me posicionei sempre contrário à intervenção. Por melhor que sejam as qualidades do procurador, não podemos deixar de nos posicionar em relação aos respeitos da linha sucessória. Um intervenção é uma medida extremamente drástica, uma escolha pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Câmara Legislativa é um colegiado, não é possível que entre 24 pessoas que compõem a casa, todos estejam contaminados.”

O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), José Vicente, também defende a autonomia do DF. “A sociedade e nós do sistema produtivo precisamos ter maturidade para resolver um problema que é nosso. A cidade está funcionando, portanto não precisa de intervenção.”
Mas para eles, a defesa da linha sucessória não significa encobrir ninguém, “todos devem ser investigados”, pede Santana. No manifesto, os representantes dizem que “a solução se dará com a garantia da apuração de todas as denúncias pelas legítimas instâncias jurídicas, a punição dos culpados e o fortalecimento das instituições. À Justiça cabe identificar os desmandos, corrigi-los e punir os responsáveis, retirando-os definitivamente da vida pública”.


Veja as entidades que integram o Fórum

• Federação das Indústrias do Distrito Federal – Fibra
• Federação do Comércio do Distrito Federal – Fecomércio
• Federação da Agricultura e Pecuária do Distrito Federal – Fape/DF
• Federação Nacional de Transportes de Cargas – Fenatac
• Federação das Associações Comerciais e Industriais do DF – Faci/DF
• Câmara dos Dirigentes Lojistas do Distrito Federal – CDL/DF
• Serviço Brasileiro de Apoio à Pequena e Média Empresa – Sebrae/DF
• Associação Comercial do Distrito Federal – ACDF
• Associação Brasiliense de Construtores – Asbraco
• Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal- Ademi/DF
• Conselho Regional de Economia do Distrito Federal – Corecon/DF
• Siab – Sindicato das Indústrias da Alimentação de Brasília
• Sindilav – Sindicato da Lavanderia e Tinturaria de Brasília
• Simeb – Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do DF
• Sindeletro – Sindicato das Indústrias de Reparação ou Manutenção de Máquinas, Aparelho e Equipamento Industriais Elétricos do Distrito Federal
• Sindigraf – Sindicato das Indústrias Gráficas do Distrito Federal
• Sindigrãos – Sindicato das Indústrias de Beneficiamento, Moagem, Torrefação e Fabricação de Produtos Alimentares de Origem Vegetal do Distrito Federal
• Sindimam – Sindicato das Indústrias da Madeira e do Mobiliário de Brasília
• Sindiveste – Sindicato das Indústrias do Vestuário do Distrito Federal
• Sinduscon – Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal
• Sinfor – Sindicato da Informação do DF
• Sindiaves - Sindicato dos Avicultores do Distrito Federal
• Sindiorgânicos - Sindicato de Produtores Orgânicos do DF
• Sincco - Sindicato dos Criadores de Caprinos e Ovinos
• Sindiloterias – Sindicato das Empresas de Loterias, Comissários e Consignatários e Produtos Assemelhados do DF
• Secovi/DF - Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais do Distrito Federal; Sindicato dos Supermercados do Distrito Federal
• Sindiatacadista – Sindicato do Comércio Atacadista do Distrito Federal
• Sincofarma – Sindicato do Comércio de Produtos Farmacêuticos do Distrito Federal
• Sindiavestruz - Sindicato dos Criadores de Avestruz e Ratitas do Distrito Federal

http://comunidade.maiscomunidade.com/conteudo/2010-02-27/politica/1454/TODOS-CONTRA-INTERVENCAO.pnhtml

Uma história documentada


Juscelino Kubitschek realizou a primeira missa em Brasília, no dia 3 de maio de 1957. O então presidente da República pediu que Oscar Niemeyer fizesse o projeto de um toldo para abrigar mais de 15 mil pessoas que estiveram presentes. “Este é o dia do batismo do Brasil novo. É o dia da esperança, o dia da ressurreição da esperança. É o dia da cidade que nasce”, disse JK. Do projeto à construção. Do sonho à consolidação. Todos os trechos de uma das histórias mais importantes do país fazem parte do Arquivo Público do Distrito Federal, que retrata em fotos, vídeos, manuscritos, banners e documentos todo o processo de criação da capital do Brasil.

Criado em 1985, o órgão tem a missão de recolher, preservar e dar acesso a documentos arquivísticos, de valor permanente, sobre toda a história de Brasília. Porém, poucos brasilienses sabem da importância cultural do local. “Quando se fala em arquivo, as pessoas já pensam em um lugar escuro, cheio de mofo e até bichos. O Arquivo Público do DF é um lugar vivo que leva informações, sobre toda a história de Brasília, ao encontro da sociedade”, destaca o superintendente do Arquivo Público, Luiz Ribeiro de Mendonça.

Vinculado à Secretaria de Cultura do DF, o acervo abrange desde o período da interiorização, construção e inauguração até os dias atuais de Brasília. “Não ouso destacar um fato. Eu diria que há fatos que resultam o que é a nossa capital . A decisão de Juscelino Kubitschek, por si só, é o grande momento. Ele resolve lutar contra tudo e todos, mas tinha uma consciência clara de que o Brasil precisava de uma nova capital”, enfatiza Mendonça.

No ano do cinquentenário de Brasília, o arquivo planeja uma grande exposição na Esplanada dos Ministérios, durante as comemorações do aniversário da cidade, para levar um pouco do seu acervo aos candangos. “Vamos montar tendas na Esplanada com displays e banners que contam um pouco da vida de cada personagem importante dentro da construção, além de quatro bandeirões com a ordem cronológica dos fatos da história brasiliense”, complementa o superintendente.


Arquivo pede socorro

Ao longo dos seus 25 anos de existência, o Arquivo Público do DF ocupa um imóvel alugado e improvisado, situado dentro das dependências da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap). Com a precariedade das instalações, que já não consegue mais comportar todos os materiais arquivísticos, foi destinado desde 1997, um terreno de 10 mil metros quadrados, próximo ao Centro de Convenções Ulysses Guimarães, mas o governo ainda não liberou a verba para início das construções. “O governador José Roberto Arruda prometeu o início das obras durante a sua gestão. O problema é que o acervo possui muito material, estamos colocando algumas peças dentro das nossas próprias salas”, destaca o superintendente.

Atualmente, o acervo do Arquivo Público do DF é composto por documentos originais da Missão Cruls (Comissão Exploradora do Planalto Central liderada por Luiz Cruls que veio demarcar os limites do DF), da construção de Brasília, processo de formação da NOVACAP, despachos de JK e carta de populares enviadas a ele pedindo ajuda ou manifestando agradecimentos, registro funcional dos trabalhadores de algumas das empreiteiras responsáveis pela construção, documentos da Fundação Cultural como panfletos, cartazes e peças teatrais, acervo completo de Juca Chaves (fotógrafo que registrou a construção da capital em suas lentes), documentos do Brasília Palace Hotel, primeiro hotel de grande porte de Brasília, coleção de recortes de jornais da época da construção, fotografias, filmes, cerca de 35.000 plantas e projetos arquitetônicos que originaram o DF, dentre outros documentos importantes da cidade. O Arquivo Público do DF fica na Novacap (SAP lote B, bloco 41). O atendimento ao público funciona de segunda à sexta-feira, de 8h30 às 16h30. Informações: 3361-1454.

http://comunidade.maiscomunidade.com/conteudo/2010-01-22/politica/1000/UMA-HISTORIA-DOCUMENTADA.pnhtml

Durval só fala para o MP e para a polícia


Sob um forte esquema de segurança, o delator do sistema de corrupção no governo do DF, que desencadeou a operação Caixa de Pandora, Durval Barbosa, permaneceu calado durante o depoimento à CPI da Codeplan, hoje, na Superintendência da Polícia Federal. Durval afirmou à presidente da CPI, deputada Eliana Pedrosa (DEM), ao relator Paulo Tadeu (PT), e aos distritais José Antônio Reguffe (PDT), Batista das Cooperativas (PRP) e Raimundo Ribeiro (PSDB) que já prestou mais de 41 depoimentos às instituições em que realmente confia e que não iria responder aos questionamentos dos distritais. A oitiva de hoje fez parte das investigações da CPI instaurada na Câmara Legislativa para investigar as denúncias de corrupção no GDF. Barbosa foi interrogado na PF por participar do programa de proteção às testemunhas.

O delator cobrou os depoimentos do ex-governador e do ex-vice-governador. “A sociedade está ansiosa para ouvir todos os envolvidos, mas acredito que se tem muito mais vontade de ouvir a explicação de Arruda e Paulo Octávio, da mesma forma que eu já me expliquei. Futuramente veremos isso com mais clareza, mas nunca vou me orgulhar disso, porque hoje eu sou um preso mais preso do que quem está encarcerado, podem ter certeza. Não posso abdicar desse direito que consegui, de permanecer calado durante essa oitiva, mas continuo prestando depoimento à quem eu confio”.

Questionado sobre a manutenção dos seus depoimentos e sua posição sobre o sistema de distribuição de propina, Durval sustentou suas declarações, mas permaneceu calado mesmo sendo provocado pelos distritais, como o deputado Batista das Cooperativas (PRP) que declarou não concordar com a sua posição. “Não acho que o senhor fez um papel importante para Brasília para ser considerado herói. Acho que o senhor é nefasto para a história do DF. E repudio o senhor por ficar calado”. Ao encerrar o depoimento, fez um alerta: "Não tive a intenção de ser herói. Eu me autoincriminei, querendo me colocar em uma posição diferente da que estava sendo usado. O rolo compressor vem aí. Nem começou. Quem tiver sua culpa que assuma".


CPI ouve outras 13 pessoas investigadas

Além do delator Durval Barbosa, outras 13 pessoas foram convocadas hoje para oitivas na sede da Polícia Federal. Entre elas o jornalista Edmilson Edson dos Santos, conhecido como Sombra, alvo da tentativa de suborno que levou o ex-governador a ser preso; Evelyne Gebrim, dona de uma empresa de turismo onde foram apreendidos documentos; Adaílton Barreto Rodrigues, ex-assessor da Secretaria de Educação; Hélio Santos Oliveira, diretor-presidente da Politec Global IT; João Luiz Arantes, ex-diretor Regional de Saúde da Asa Norte; Paulo Pestana, ex-assessor da Secretaria de Comunicação Social do GDF; Odilon Aires, ex-deputado distrital pelo PMDB; José Célio Gontijo, dono da construtora JC Gontijo Engenharia; além de Pedro Passos, Severo Araujo Dias, Toni Brixe, Hilton José Pacheco e Alessandro Queiroz.

http://coletivo.maiscomunidade.com/conteudo/2010-03-30/politica/1628/DURVAL-SO-FALA-PARA-O-MP-E-PARA-A-POLICIA.pnhtml

Arruda vai depor na PF sobre as denúncias

A Polícia Federal marcou para a próxima segunda-feira (29), os depoimentos do ex-governador José Roberto Arruda (sem partido) e do ex-secretário de Comunicação Weligton Moraes, presos por tentativa de suborno no chamado mensalão do DEM. Essa será a primeira vez que Arruda falará sobre as denúncias de que comandaria o suposto esquema de corrupção. Arruda será ouvido na parte da manhã na Superintendência da Policia Federal, local onde está preso, enquanto Weligton Moraes será ouvido no Complexo Penitenciário da Papuda.

De acordo com a assessoria da PF, os 40 envolvidos no caso serão ouvidos até quinta-feira (1/4). Uma força tarefa será montada, com grupos de delegados e escrivãos para ouvir dez depoimentos por dia. As oitivas serão divididas entre a sede da PF e a Papuda, no caso dos envolvidos presos. Além de Arruda e Moraes, o ministro Fernando Gonçalves determinou que a PF ouvisse o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do DF, Domingos Lamoglia, o pivô do escândalo do mensalão do DEM, Durval Barbosa, e o ex-secretário de Ordem Pública do DF, Roberto Giffoni, em até no máximo três dias.

Preso desde 11 de fevereiro, Arruda deve retornar à liberdade após os depoimentos de outros citados na operação, já que a Justiça avalia que depois de todos os envolvidos serem ouvidos, Arruda não oferecerá perigo de intervir nos depoimentos. A defesa do ex-democrata, que teve o mandato cassado pela Justiça Eleitoral reclamava que, em mais de 180 dias de investigação, Arruda ainda não tinha apresentado a sua versão para as denúncias. Ontem, o ex-vice-governador Paulo Octávio, que renunciou ao cargo por causa da crise política, resolveu apresentar-se espontaneamente à Polícia Federal. Acompanhado de seu advogado, ele ficou calado.

http://coletivo.maiscomunidade.com/conteudo/2010-03-26/politica/1320/ARRUDA-VAI-DEPOR-NA-PF-SOBRE-AS-DENUNCIAS.pnhtml

Após conclusão dos depoimentos, Arruda ficará livre




Os dias que faltam para que o ex-governador José Roberto Arruda seja libertado pode estar mais perto do que se pensa. De acordo com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, Arruda poderá ser solto assim que a Polícia Federal ouvir as demais testemunhas que ainda não depuseram sobre o escândalo, que ficou conhecido como mensalão do DEM, e deu origem à Operação Caixa de Pandora. Mesmo com a ausência do dono da empresa de informática Linknet, no depoimento da manhã de ontem, pouca coisa pode mudar. Por isso, com a nova data para os depoimentos dos supostos envolvidos, que devem ocorrer nos próximos dez dias, o ex-governador Arruda poderá deixar a prisão no mês que vem.

De acordo com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o maior motivo para manter Arruda preso é evitar que ele interfira nos depoimentos. Com o término dessa fase, já não oferecerá mais risco às investigações. "Assim que sejam concluídas as oitivas, o Ministério Público não se oporá que ele seja posto em liberdade”, afirmou Gurgel.

Além disso, autoridades do governo federal acreditam que por ter sido governador, uma transferência para a ala da Polícia Federal na Papuda, onde estão os outros cinco suspeitos de atrapalhar as investigações (Weligton Moraes, Rodrigo Arantes, Haroaldo Brasil, Antônio Bento e Geraldo Naves), poderia causar problemas e até gerar rebeliões em outras alas.

Já no caso dos depoimentos, a CPI decidiu permanecer com a data do esclarecimento do ex-secretário de Relações Institucionais do GDF, Durval Barbosa, marcado para a próxima terça-feira (30) e ouvir os outros envolvidos logo após. Os depoimentos de Antônio Ricardo da empresa Adler, Cristina Boner da TBA e Gilberto Lucena da Linknet foram remarcados para 5 de abril. Até o momento, o depoimento de Avaldir da Silva, dono da CTIS não teve qualquer alteração e deve acontecer na próxima quarta-feira (31), um dia após a oitiva de Durval Barbosa.

http://coletivo.maiscomunidade.com/conteudo/2010-03-25/politica/1281/APOS-CONCLUSAO-DOS-DEPOIMENTOS-ARRUDA-FICARA-LIVRE.pnhtml


Arruda dá adeus a vida pública e continua preso


Após 41 dias preso na Superintendência da Polícia Federal, o governador cassado, José Roberto Arruda (sem partido), comunicou por meio de uma carta endereçada aos seus advogados, que não vai recorrer da decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que optou pela cassação do seu mandato por infidelidade partidária, tornando-se definitivamente ex-governador do DF e perdendo o foro privilegiado.

“Resisti a um inquérito que já ultrapassa 180 dias. Suportei as pressões, as traições, os flagrantes montados, as farsas, as buscas e apreensões, os vazamentos de documentos para fomentar o escândalo, o abandono do Democratas, a prisão. E até agora eu não fui ouvido uma única vez! Pensei na minha família, nos amigos de verdade, no trabalho que fizemos por Brasília nesses três anos. Por isso decidi solicitar a vocês, meus advogados, que não recorram ao TSE, apesar do bom direito que vos assiste. Saio da vida pública”, afirmou Arruda, em sua carta.

O ex-governador destacou que seu estado de saúde o impulsionou nessa decisão, já que o diagnóstico de doença coronariana surgiu após a sua prisão. “Não posso negar que a doença coronariana que me levou ao cateterismo – e agora a cuidados especiais – foi variável importante nesta decisão”, destacou.

Arruda acredita que a verdade ainda será revelada e por isso crê na Justiça. “Com a paz que já me assiste neste momento de despedida, lembro que 'há homens livres nas celas e homens presos nas ruas'. Pode demorar, mas a verdade se estabelecerá. Tenho fé que serão identificados os interesses que contrariei, as propostas indecorosas que não aceitei, os hábitos que repeli.

Já vivi o bastante para saber que as razões políticas muitas vezes ultrapassam os limites do Direito – e que a humildade de saber parar pode valer mais que a mais triste e destemida insistência”, finalizou o ex-governador. Com essa decisão, Arruda deverá ser transferido da Superintendência da Polícia Federal para a Papuda. A notificação pode ser feita a qualquer momento.


Gurgel insiste em intervenção
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, critica a decisão da Câmara Legislativa de realizar eleições indiretas, mas ao mesmo tempo é contra uma intervenção federal, no DF, cujo pedido está no STF e será analisado até abril. Ele justifica dizendo que ele foi motivado pelo cenário político.


Carta de Arruda aos advogados

Dr. Nélio, Dra. Luciana,
Ao agradecê-los pelo trabalho que têm feito na minha defesa nas diversas frentes, com o apoio de competentes e leais colegas de profissão, desejo manifestar, em especial à Dra. Luciana Lossio, que sustentou a nossa defesa no TRE – o meu desejo de não recorrer ao TSE, mesmo consciente do nosso bom direito. Não tenho a culpa que querem me imputar.

Resisti a um inquérito que já ultrapassa 180 dias. Suportei as pressões, as traições, os flagrantes montados, as farsas, as buscas e apreensões, os vazamentos de documentos para fomentar o escândalo, o abandono do Democratas, a prisão, 180 dias de inquérito, 40 dias de prisão. E até agora eu não fui ouvido uma única vez!

Neste final de semana, imobilizado na cama de uma cela, pensei muito sobre tudo isso e, sobretudo, nos dois mais recentes episódios: a decisão do TRE e o cateterismo a que me submeti, confirmando uma doença coronariana que eu não tinha antes de enfrentar essa luta.

Pensei na minha família, nos amigos de verdade, no trabalho que fizemos por Brasília nesses 3 anos, nas 2.000 obras, nas 200 escolas de educação integral, nas 1.000 novas salas de aula, no novo sistema viário, pistas, duplicações, viadutos, nas 12 cidades mais pobres que há 20 anos esperavam por asfalto, esgoto, escolas, centros de saúde, vilas olímpicas, postos policiais, nos condomínios regularizados, enfim, em tudo que fizemos para colocar ordem na cidade e nas contas públicas.

O fim das vans piratas, das invasões, os 2.000 ônibus sem nenhum aumento de passagens – 3 anos de governo sem nenhum aumento de passagem – os parques, o Noroeste [bairro], os 65.000 pais de famílias empregados nas obras do governo. E concluí que posso ajudar mais Brasília, no seu aniversário de 50 anos, com a minha ausência do que com a minha presença.

Diminuem-se os conflitos e as paixões. Por isso decidi solicitar a vocês, meus advogados, que não recorram ao TSE, apesar do bom direito que vos assiste. Recorrer seria prolongar o drama. Acatando a decisão do TRE, responderei aos processos como cidadão comum, longe das paixões e dos interesses políticos. Saio da vida pública.

Espero, apenas, que meus sucessores não deixem que as obras sejam interrompidas, todas já com recursos assegurados e na sua fase final. As obras não são minhas, são da cidade. Sou grato a toda a minha equipe de governo que, com eficiência e determinação, foi fundamental no cumprimento dos nossos objetivos. Sou grato, também, a Sua Exa. o Sr. Presidente Luiz Inácio Lula da Silva – e ao seu governo, sem cujo apoio não teríamos feito tudo que fizemos.

Com a paz que já me assiste neste momento de despedida, lembro que “Há homens livres nas celas e homens presos nas ruas” – O meu corpo-matéria sofre desgastes, mas nunca tive tanta liberdade de espírito. Leio, em Eclesiastes: “Sabedoria é a capacidade de discernir a verdade por trás das aparências. Quem é capaz disso não se perturba diante dos conflitos”. Pode demorar, mas a verdade se estabelecerá.

Tenho fé que serão identificados os interesses que contrariei, as propostas indecorosas que não aceitei, os hábitos que repeli. A vida é cíclica. Já vivi altos e baixos. Aplausos e vaias. Vitórias e derrotas. Vida que segue. Serei eternamente grato à grande parte da população que me elegeu e que me apoiou mesmo nos momentos mais difíceis. Peço ainda que transmitam meus agradecimentos ao dr. Alckmin, dr. Gerardo Grossi, dr. Bulhões e dr. Ferrão.

Agradeço, também, aos verdadeiros amigos, as correntes de oração e especialmente à Flávia, de cuja coragem, carinho e amor verdadeiro retirei as forças necessárias para superar tantos obstáculos. Não posso negar que a doença coronariana que me levou ao cateterismo – e agora a cuidados especiais – foi variável importante nesta decisão.

Já vivi o bastante para saber que as razões políticas muitas vezes ultrapassam os limites do Direito – e que a humildade de saber parar pode valer mais que a mais triste e destemida insistência.

http://coletivo.maiscomunidade.com/conteudo/2010-03-23/politica/1207/ARRUDA-DA-ADEUS-A-VIDA-PUBLICA-E-CONTINUA-PRESO-.pnhtml